Bola de Ouro — Um debate inútil
Foi só vazar a notícia de que o vencedor de melhor jogador do ano no futebol masculino que a internet — pelo menos a usada por brasil eiros — entrou em polvorosa com o fato de esse atleta não ser Vini Jr, do Real Madrid.
Craque absoluto e indiscutível, ele é. Com o adicional de se posicionar contra o racismo e receber ofensas e insultos em uma intensidade muito maior. É o atleta mais importante do futebol desde a consagração de Messi na Copa de 2022.
O escolhido foi o espanhol Rodri, do Manchester City. Até papo de armação rolou e que esse seria o motivo de o Real Madrid não ter enviado representantes para a cerimônia.
A foto escolhida para o anúncio do Real Madrid como melhor time de futebol masculino do ano não ajuda muito a desmentir.
Racismo!?
Para além do “eventual” racismo envolvido na decisão, Rodri foi o melhor jogador da competição de seleções mais importante do ano. E jogando por uma das melhores equipes nacionais que o futebol já viu. Se não é nem o melhor do seu clube, aí é outra história.
O italiano Fabio Cannavaro, zagueiro longe de figurar entre os melhores de sua posição na história, foi o melhor do mundo em 2006, ano em que sua seleção foi campeã mundial.
Nos anos anteriores, Ronaldinho Gaúcho ganhou a Bola de Ouro em 2005, quando foi campeão da Copa das Confederações e Melhor do Mundo em 2004, quando nem precisou jogar a Copa América, já que a campeã da Eurocopa foi a Grécia.
Kaká, último brasileiro eleito melhor do mundo, não foi convocado para a Copa América de 2007, mas levou o Milan à conquista da Liga dos Campeões e do Mundial de Clubes. No ano seguinte, começou a polarização Cristiano Ronaldo — Lionel Messi e nada mais foi como antes.
O lado positivo desta presepada toda
No final das contas, o episódio apenas mostrou que lutar contra o racismo faz mal aos negócios, pois se tem alguém lutando contra o racismo pressupõe-se que o racismo existe, e isso é ruim para os negócios.
Agora Vini Jr e toda a torcida brasileira, seja lá o que isso for, sabe que o craque pode enfileirar títulos de Liga dos Campeões, mas para ser melhor do mundo tem que fazer pelo menos 20 gols no torneio. Ou quem sabe ganhar a tal Copa do Mundo por sua seleção.
Assim a gente larga mão das Premier League da vida e volta as atenções para a melhor liga esportiva que existe, a NBA. Vê se alguém contesta o tal do MVP, o equivalente da Bola de Ouro lá. Os últimos foram um sérvio, um camaronês e até um grego.
Lá também se luta contra o racismo, ao que parece. E não é um jogador só.