Leandrão Eterno
O Sport começou 2010 em frangalhos após o vexatório rebaixamento para a Série B. Naquele tempo, o estadual ainda servia de cobrança e incentivo. Fase de classificação em primeiro lugar, passagem tranquila pelo Central na semi e Náutico na decisão. Cenário perfeito para a ressurreição, certo?
A expulsão do “craque” Eduardo Ramos e o gol de Carlinhos Bala — jogando pelo escrete de Rosa e Silva — cravando 3 x 0 aos 12 do segundo tempo no peito e na alma rubro-negra — pareciam o fim do sonho.
Mas era o Náutico do outro lado e sua torcida nas arquibancadas dos Aflitos. E todo mundo sabe o que acontece. Um gol de Zé Antônio e outro de Tobi em cinco minutos transformaram tudo. Nos dez minutos finais, os alvirrubros choravam pedindo que o árbitro acabasse e o Sport já comemorava o 3 x 2 desfavorável. Tanto que o quase-gol de Leandrão nem foi lamentado.
Fazer 1 x 0 na partida de volta, em 5/5/2010 na Ilha do Retiro era tão certo quanto 5+5=2x5=10.
E foi o que aconteceu ainda no primeiro tempo: Ciro chutou, o goleiro Glédson deu rebote e ele, o mito, o indescritível, o inigualável LEANDRÃO só escorou pra rede. Um dos maiores camisas 9 do mundo bizarro marcava ali seu terceiro gol no campeonato, seu terceiro gol pelo clube. Os anteriores haviam sido contra a saudosa Cabense. Nunca mais fez outro com a camisa do Sport.
O Sport ainda teve dois expulsos — Daniel Paulista e Zé Antônio — e até tentou ter mais dois, só para o Timbuzinho lembrar um pouco da Batalha dos Aflitos.
Com ou sem regra de gol fora de casa, a taça ficou na Ilha.
10 anos atrás, ganhamos mais uma decisão do Náutico e mais um pentacampeonato estadual. Há quase 20 não ganhamos uma final do Santa Cruz. Que bosta.